Não há longe nem distância (there's no such place as far away)

"... este é o último dia especial, de, festa, que passarei contigo, depois de ter aprendido tudo isto com os nossos amigos, os pássaros. Não posso partir para estar contigo, porque já aí estou. Não és pequena, porque já cresceste, brincando em cada uma das tuas vidas, pelo prazer de viver, como todos nós. Não tens aniversário porque sempre viveste; nunca nasceste e nunca morrerás. Não és a filha daqueles a quem chamas mãe e pai, és o seu companheiro de aventuras na maravilhosa viagem de descoberta de tudo o que existe. Voa, livre e feliz, para além de aniversários, através da eternidade e encontrar-nos-emos de vez em quando, sempre que quisermos, no meio da única festa que nunca poderá terminar."

Richard Bach

(see you soon)

A felicidade não é um destino, e sim, uma viagem....

"Ancient is the desire that lives within us" (....)

E achava eu que tinha vivido tudo, já. Que sabia muito, e eis que vem o final do ano, um tropeção pelo destino, e o Universo a pregar partidas. E eu, tantas vezes posta à prova, tantas vezes tentada, a ser mais uma, uma das comuns mulheres (e não as do topo da árvore); mais uma vez, a fechar um ciclo, uma porta. Não é fácil receber uma flor de alguém que a seguir nos diz adeus, e a quem temos que virar costas.

Amor é assim mesmo, esse sentimento que a qualquer hora do dia, da noite, nos faz pensar e repensar, questionar tudo à volta. Melhor é mesmo manter os pés assentes no chão e não permitir que nos puxem o equilíbrio.

Tudo faz parte. Faz parte da nossa evolução, do nosso crescimento, engrandecimento, e todos aspiramos ser melhores, maiores. "Estamos condenados a ser perfeitos"....leve o tempo que levar. Foi esta a 'praga' que Jesus nos lançou, pela nossa mediocridade. Por sermos pequenos; de espírito, de alma.

Quero dar-te a mão. Segurar nela mais do que os segundos possam contar. Segurá-la para sempre. E olhá-las enquanto ficam juntas.
Se dizem que o abraço é terapêutico, então eu quero ficar doente, para que me cures. Quero que me falte o ar, para que me digas que posso respirar de alivio, e que nunca iremos perder-nos (porque nunca nos encontramos, na verdade..). Quero que se cruze o olhar, que nunca se perca o dia, e que a noite nunca chegue.

Quero que me ames eternamente. Que me reconheças nas coisas mais bonitas que vês; porque amar não é tocar. Porque amar não é ver; porque amar não requer presença fisica. Não entre almas que se reencontram, se reconhecem.

Quero que sejas feliz. Hoje, amanhã, sempre e todos os dias da eternidade; porque tu és 'eternamente responsavel por aquilo que cativas' - e porque 'o essencial é invisível para os olhos'.

Because, just because...."love is not looking at each other, love is looking in the same direction" - which we are. But just not today. Not today.

A palavra é aceitar. É o mais difícil também. Reconhecer o amor por alguém (seja ele de que tipo for), fazer-lhe uma vénia e acenar-lhe adeus, não é fácil. Pode ser até imaginação da minha cabeça, delírio...como saber? Resta apenas ser fiel ao coração, e tentar acalmá-lo. Dizer-lhe baixinho que está tudo bem, que tudo irá ficar bem, um dia. Não ainda....ainda não. É este sentimento de comunicar sem palavras, de sentir falta do abraço que nunca aconteceu, e cujo sabor desconhecemos. É uma falta de sossego (....) e excesso de Paz simultaneamente. Dois corações que se cruzam....um amor que não existe senão na sensação de calma que transmite; num sonho de algo que está longínquo, muito longínquo. Fica a sensação de vazio e impotência, o 'porquê' sem resposta, e um sorriso enorme, ao sentir o abraço (que nunca se deu) que faz tanta falta. E a euforia constante. A euforia de pensar que lá fora chove. E nos meus olhos, também.